segunda-feira, 4 de junho de 2007

Amigos da Floresta

Amigos

Fica aqui o testemunho dos Amigos da Floresta para o Dia Internacional do Ambiente:


Comunicado por ocasião do Dia Internacional do Ambiente - Dia 5 de Junho

Comemora-se a 5 de Junho o Dia Internacional do Ambiente. Neste ano as comemorações foram subordinadas ao tema “alterações climáticas”, na sequência da constatação de que o Planeta está a sofrer a maior transformação jamais registada devido a causas humanas, com implicações desastrosas para as gerações presentes e vindouras, caso pouco ou nada venha a ser feito.

No centro da problemática temos o aquecimento global, provocado pela emissão de gases com efeito estufa para a atmosfera (em que predomina o dióxido de carbono), traduzido na ocorrência de recordes sucessivos no aumento das temperaturas nos últimos trinta anos. Estes gases são libertados na sequência de série de actividades humanas, das quais destacamos a industrial, a de transportes e a destruição de florestas.

Os efeitos do aquecimento são cada vez mais sérios e preocupantes, nomeadamente: o degelo e consequente subida das águas do mar, inundando todos os anos novas áreas da superfície terrestre; a destruição irreversível da biodiversidade, já havendo registo cientificamente comprovado da extinção de espécies animais e vegetais devido ao aquecimento; a desertificação de vastas áreas do globo, surgindo o continente africano na dianteira (veja-se o cenário desolador no Sahel); e as catástrofes naturais, cuja intensidade, complexidade e frequência registaram um aumento sem comparação alguma na história da humanidade (ciclones, furacões, terramotos, maremotos, inundações).

A estes efeitos acrescente-se o factor aumento populacional, pois, somente no decurso do século XX, o número de habitantes do planeta Terra disparou de pouco mais de 1 bilião para a espantosa cifra de 6 biliões de seres humanos, sabendo-se que atingiremos os 9 biliões e 400 mil em meados do século XXI. Ora, este aumento impressionante da população humana foi acompanhado por um crescimento insustentável da exploração dos recursos naturais. Há portanto cada vez menos recursos naturais para alimentar cada vez mais bocas.

O movimento Amigos da Floresta vem por este meio juntar-se às comemorações de dia tão importante, escolhido por ter sido precisamente nessa data que, no ano de 1972, teve início a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente, na cidade de Estocolmo, Suécia, marcando o começo de um processo de tomada de consciência global para a problemática ambiental.

Deixamos fundamentalmente duas mensagens: em primeiro lugar, urge mudarmos radicalmente de atitude e fazermos todos um pouco mais pelo ambiente que nos rodeia, mesmo que com pequenas iniciativas, designadamente: efectuarmos as opções mais sustentáveis em termos de uso e aproveitamento da água, energia e outros recursos naturais; gerirmos mais racionalmente os resíduos que produzimos, apostando de preferência na redução dos mesmos; participarmos num esforço colectivo de educação ambiental, como pressuposto fundamental para a mudança de atitudes.

A questão ambiental não pode ser mais perspectivada como algo que apenas diz respeito aos “ambientalistas”, como algumas vozes teimam em frisar, mas sim a todos: países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento, governantes e governados, sector privado e sociedade civil, bem como pessoas de todas as profissões e ofícios. Jamais se conseguirá travar o actual processo de degradação das condições ambientais à escala mundial, e, portanto, a base para o sustento de todas as formas de vida, através de acções isoladas e/ou tímidas, mas tão somente através da integração e envolvimento de toda a humanidade.

Em segundo lugar, e no que ao Movimento directamente diz respeito, fica aqui um apelo ao Governo, sector privado e à sociedade no geral no sentido da protecção e conservação das florestas do nosso país, enquanto património fundamental na mitigação de várias das consequências do aquecimento global, bem como, uma vez gerido sustentavelmente, factor de geração de desenvolvimento económico, social e ambiental.

Tendo em consideração todas as transformações em curso no mundo, é uma ilusão pensarmos que temos abundância de floresta, até porque em momento algum se estão a tomar em consideração os números da exploração ilegal e muito menos os impactos causados no património florestal moçambicano ao longo dos últimos 100 anos.

Concluindo, por cada árvore que abatamos, temos que plantar muito mais árvores (de preferência nativas) e juntarmo-nos ao esforço que muito países do mundo, incluindo africanos, já se encontram a realizar no domínio do florestamento, contribuindo assim para a redução da tendência de aquecimento global (a árvore absorve o dióxido de carbono, o principal gás estufa, libertando por seu turno oxigénio).

Centro para a Integridade Pública (CIP)

Centro Terra Viva (CTV)

Cruzeiro do Sul

FONZA

Justiça Ambiental (JA)

Livaningo

ORAM

Pro-Ambiente/FDUEM

Nenhum comentário: