sábado, 20 de outubro de 2007

Desflorestação em Moçambique - um olhar português

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no Expresso (o mais importante semanário português) saiu a seguinte notícia:

Moçambique

Apreendida madeira ilegal a caminho da China

As vulnerabilidades do país continuam a ser exploradas por potências estrangeiras, que delapidam um dos mais importantes patrimónios naturais de Moçambique.

Pedro Chaveca

13:40 | Sábado, 20 de Out de 2007

No início da semana as autoridades da província de Nampula, norte de Moçambique, apreenderam 11 mil metros cúbicos de madeira que iriam ser ilegalmente exportados para a China, no que já é uma das maiores apreensões dos últimos tempos.

As autoridades confirmaram que parte da madeira arrestada era de Umbile e Pande e estava cortada em toros, o que é proibido pelo governo moçambicano.

A madeira avaliada em 3.5 milhões de euros já estava acondicionada em 531 contentores e pronta a ser embarcada, o que implica ter havido colaboração tanto das autoridades de controlo, como de empresas madeireiras.

Pedro Mangue, dos Serviços Nacionais de Inspecção de Terras e Florestas (SNITF) aponta oito empresas de Nampula e Cabo Delgado como estando envolvidas neste comércio ilegal.

Prevaricadores serão julgados

"A madeira já tinha passado de todos os esquemas de controlo montados no porto, nomeadamente os serviços de Alfândegas e da Agricultura", sublinhou Mangue.

"Os madeireiros têm de ser sérios e exercer a actividade com responsabilidade. Temos de valorizar os nossos recursos", reforçou o funcionário do Ministério da Agricultura.

A mercadoria confiscada deverá agora ser vendida em hasta pública e os infractores terão de responder perante a lei.

Chineses lideram o tráfico ilegal

Contudo esta não é uma situação nova. As florestas moçambicanas são constantemente alvo da cobiça internacional, especialmente da chinesa, que se aproveita das muitas fragilidades no controlo desta actividade, para assim suprimir a imensa procura que a madeira moçambicana tem no país.

A tendência deste tráfico se dirigir quase exclusivamente para o mercado chinês é rica em exemplos. Recentemente as autoridades moçambicanas descobriram que um navio chinês conseguiu deixar o porto da cidade da Beira, com um carregamento de 1894 toros.

O mais grave é que a embarcação teve autorização da Direcção Nacional de Terras e Florestas (DNTF) para deixar o país, independentemente do corte na forma de toros ser ilegal há mais de um ano.

http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/144029