quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Clima: Florestas africanas absorvem cada vez mais CO2

As florestas do continente africano absorvem cada vez mais dióxido de carbono (CO2), à semelhança do que acontece na Amazónia, revelou quarta-feira um estudo internacional que será publicado hoje na revista britânica Nature.

Uma investigação levada a cabo por 79 laboratórios dos Estados Unidos, Europa, África e Ásia demonstrou que, no período entre 1969 e 2007, a absorção de dióxido de carbono pelas árvores da floresta africana aumentou, à semelhança do que foi registado na floresta amazónica (0,63 toneladas por hectare por ano).

«As florestas tropicais africanas desempenham um papel importante na captação de CO2, ajudando a reduzir assim a taxa de crescimento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera», explicaram os autores do estudo, sublinhando a necessidade de proteger as florestas no continente africano.

No entender de Helene Muller-Landau, uma especialista do Instituto de Investigação Tropical Smithonian, no Panamá, a crescente absorção de CO2 por parte das florestas africanas pode ter duas explicações. «As árvores ou sofreram grandes danos no passado e actualmente estão em fase de repouso, ou então, estão a ser perturbadas pelas mudanças climáticas e atmosféricas de tal maneira que se encontram em transição», considerou a especialista. Por sua vez, outro estudo levado a cabo por cientistas da Universidade britânica de Leeds, adiantou que as árvores das florestas virgens estão a crescer e a capturar cada vez mais dióxido de carbono na atmosfera, o que contribui para atenuar os efeitos das alterações climáticas. «Estamos a receber um subsídio gratuito da natureza», afirmou Simon Lewis, principal autor do estudo, num artigo publicado na última edição da revista Nature.

Pela primeira vez, os cientistas conseguiram calcular a quantidade de C02 absorvido pelas florestas tropicais virgens, que ascende a 4.800 milhões de toneladas anuais, um valor que equivale a uma quinta parte das emissões causadas pela queima de combustíveis fósseis.

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=374034&page=2

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